Às vezes a gente se enrola em coisas que deveriam ser fáceis e óbvias. Só que não...
Vou listar aqui alguns dos quase micos ou problemas que tivemos nessa última viagem.
Pagar estacionamento é fácil, certo? O nosso sistema de shoppings, rotativos, vagas certas segue um modelo universal, certo? Errado! Na Alemanha é tudo diferente.
Primeiro: você paga antes. É isso mesmo. Dentro dos carros tem uma plaquinha com um desenho de relógio e ponteiros móveis igual ao que usávamos para aprender as horas (analógico) no colégio. Aí você coloca ali quanto tempo você vai parar naquela vaga, dependendo da zona que escolheu: de 15 min até 2 horas. Você coloca o reloginho marcando 1 hora por exemplo no painel do carro. Sai e vai em busca de um totem de pagamento. Paga 1 hora e sai feliz. E se passar do tempo? Volta no carro, acerta o tempo a mais e paga a diferença.
Para a gente não funcionou. Custamos a achar um totem e é claro que passamos da hora. Não tínhamos as moedas certas para pagar e a máquina não dava troco. Uma senhora muito simpática, que estava atrás de nós (e acho que estava com pressa) nos disse que não tinha problema, que pagássemos com o que tivéssemos e estaria tudo bem. Foi o que fizemos, mas saímos com a sensação de termos lesado uma cidade. Enfim, tentamos...
Dessa confusão de estacionamento, vou falar do segundo problema que encontramos.
É vital que você aprenda algumas frases básicas na língua do país que você vai visitar. Esse papo de turista, traz divisas para o país, tem que tratar bem, etc, não funciona para o alemão ou suíço em geral. Eles têm muito orgulho de sua língua e se você resolveu ir ao país deles você tem que falar a língua deles. A qualquer tentativa de obter informações (mesmo com um enorme sorriso) eram rejeitadas com um “Verstehe ich nicht” e um aceno de mão.
Com exceção de garçons, funcionários de hotel e de lojas (que tem interesse direto em te entender), esqueça. Veja seu mapa, seu GPS do celular ou qualquer outra coisa. Mesmo uma moça do departamento de turismo na Suíça em uma cidadezinha não teve muita paciência com minhas insistentes perguntas que extrapolavam seu conhecimento de inglês.
O fato de encontrarmos um alemão que nos explicou o sistema de estacionamento e a senhorinha que insistiu que não seríamos presos por não pagar, nos livraram do sufoco, mas foram exceções.
Táxis na Suíça são maravilhosos, certo? Chegamos tarde em Lucerne e tivemos que ir para o hotel com as malas. Na volta também tivemos que pegar um táxi. Até aí tudo bem, mas foi estranho. Pegamos 4 táxis em 2 cidades diferentes. Todos foram 12 euros. Carinho, não? Ainda mais que os trajetos tinham distâncias totalmente diferentes. Na chegada em Lucerne, levamos 10 minutos para fazer um trajeto que levava no máximo 5. E que até tinha sido sugerido para ser feito à pé pelo Google Maps. E quando questionamos o motorista, ele disse que não havia um trajeto em linha reta para lá e que tínhamos que dar algumas voltas.
Mas na volta tiraríamos a forra, porque segundo ele, era um trajeto em linha reta rapidinho. Realmente era, mas 1 quadra antes de chegarmos a estação, o motorista desligou o taxímetro e tivemos que confiar nele que nos disse que era “12 euros”. Os outros trajetos que fizemos, incluíram se perder e passar do hotel e ter que voltar (era um hotel bem grande na rua principal) e outras coisas do gênero. O bom é que todas as corridas eram: 12 euros. Chegamos a deixar o dinheiro separado na última corrida e saímos rindo do carro. Fazer o quê?
A próxima dica é: Preste bem atenção ao horário de checkout dos hotéis. Esqueça o padrão de check-in 14/15 h e check-out 12 h.
Em nosso hotel em Wurzburg, na hora em que íamos sair para comprar uma coisa qualquer antes de voltar para pegar as malas, o rapaz da recepção nos avisou que já tínhamos entrado na próxima diária e teve que cancelar, porque voltamos correndo para pegar as nossas coisas para desocupar o quarto.
Daí em diante passamos a prestar atenção no check-in sobre horários de tudo. Para não sermos mais pegos desprevenidos.
Se for à Suíça, troque euros por francos, na estação de trem mesmo. Eles fazem uma troca com câmbio muito favorável. Peça moedas também. Pois algumas coisas têm que que ser pagas em moedas. Os guarda-volumes nas estações de trem só aceitam moedas e não dão troco. As máquinas de água também.
E o pior, algumas lojas e quiosques não aceitam euros. E quando aceitam, fazem a conversão de 1 para 1 e você perde nessa troca. E foi por causa da água que descobrimos a quinta e última dica que acho muito legal.
Você bebe água de excelente qualidade nas fontes das pequenas cidades da Alemanha e principalmente na Suíça. (Teve uma em que tivemos aquela sensação de água pura e refrescante da montanha, sabe?). De graça, é só encher a garrafinha e beber o quanto quiser.
Maravilhoso, mas você paga bem para ir ao banheiro depois. A média é de 2 euros por banheiro público. Alguns são espetaculares de tão limpos e cheirosos, mas é uma despesa que deve ser contabilizada no seu orçamento. Ainda mais se for diabético. Mas acho que pela quantidade de água que bebemos, ficou barato.
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